12/08/2023 04:00
-
atualizado 12/08/2023 07:10

Como bandeirantes ao contrário, rumamos de Minas a São Paulo dispostos a matar. Senão o jogo, o atleticano. De raiva. Em duas pelejas na casa de Borba Gato, logramos sucesso em ambas as frentes: batemos o São Paulo com folga e autoridade. E, sim, matamos de raiva o pobre do atleticano no confronto contra o Palmeiras e a juizada, o Deus e o gol. Contra tudo e contra todos, como diria o outro.
Veja o que fizeram com a mão na bola. Ela não existe mais dentro da área, salvo se cometida contra o Galo, quando o membro repleto de dedos ?interpretado como sendo um órgão que compreende desde a batata da perna at?os ombros, e age sempre criminosamente para burlar as regras do jogo. Seríamos nós os únicos a exercer o 5 contra 1.
Fora isso, vamos aceitar, não existe mais a mão na bola dentro da área, vamos parar de reclamar disso. Ali todo mundo pode ser goleiro. Fosse a juizada juízes de direito, não haveria mais homicídio. Afinal o gatilho ?que veio ao encontro do dedo, diriam. Ademais, o movimento de apert?lo ?o movimento natural do dedo, que est?colado ao corpo.
No início, para inexistir a mão na bola, o braço tinha de estar colado ao corpo, a demonstrar a boa intenção do zagueiro. Com o passar do tempo, aceitaram-se alguns centímetros de distância, depois vários. Agora parece bastar o ombro, afinal muito mais que uma simples cola, um intricado conjunto de articulações capaz de “colar” definitivamente corpo e mão através de braço e antebraço – uma superbonder.
Para dar um pênalti daquele a favor do Galo, s?se o sujeito tivesse retirado o próprio braço e utilizado a peça como um taco beisebol, de modo a golpear a bola para longe. Fora isso, esquece.
Sem poder contar com a justiça dos homens, o negócio foi recorrer ?última instância – Deus. Não precisava os 2 a 0 que, todos sabem, ?a nossa senha pra falar com o homem l?em cima. Assim mesmo busquei contato, ainda que ateu, recorrendo ?ligação estreita entre a minha mãe e Santa Rita de Cássia (de quem ?devoto também o Kalil, ou seja, funciona). Como o Marcelo D2, Santa Rita gosta de velas e dona Vera prontamente queimou uma tora pelo nosso Galo.
Tão logo subiu o fumac? Paulinho j?estava diante do gol aberto. Mas... nós somos inimigos do gol. Entre nós h?um muro intransponível. Nóis ?o México, o gol ?o Trump. Nóis ?Lula, o gol ?Bolsonaro. Nóis ?salsinha, o gol ?coentro. Sem saber que era impossível, Paulinho foi l?e fez – chutou pra fora, a contrariar todas as regras mais elementares da física.
Seguimos, pois, mortos em agosto, assim como Getúlio Vargas, Roberto Marinho e o seu Madruga. Daqui at?o show do Paul McCartney no Terreirão do Galo, a vida transcorrer?em bege, e a única e insossa tarefa ser?alcançar os 45 pontos que nos livre do vexame impensável.
Se bem que secar o inimigo ?também uma atividade que, além de dar um colorido ?vida, nós a executamos com extraordinária eficiência. Veja o que se deu na quinta-feira ao Flamengaço, que mais uma vez estava classificadaço – e, de novo, ficou no cheirinho. Eita que o Galo deve ser parente do corvo! ?s?eu não ver o jogo. Se eu ver d?errado. Se eu ficar apenas concentrado, o diabo opera.
That’s all, folks! ?tudo que nos resta. Agora eu vou secar o Palmeiras, porque desde que aquele l?chutou nossa bandeira, pra mim acabou a união sinistra. O Paulinho podia ter pelo menos embicado a bandeira deles. Se bem que corria o risco de errar. Melhor não. Segue o baile.