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Estado de Minas

Moralismo e moralidade


13/08/2023 04:00 - atualizado 12/08/2023 20:47

Sacha Calmon
Advogado, doutor em direito público (UFMG). Coordenador do curso de especialização em direito tributário da Faculdades Milton Campos, ex-professor titular das faculdades de direito da UFMG e da UFRJ. Ex-juiz federal e procurador-chefe da Procuradoria Fiscal de Minas Gerais. Presidente honorário da ABRADT e ex-presidente da ABDF no Rio de Janeiro. Autor do livro “Curso de direito tributário brasileiro” (Forense)

A vida em sociedade est?na base da política, que vem de pólis, cidade em grego. Na pólis, na cidade, temos que fazer política. A ética ou em escala menor a moralidade ou digamos os “bons costumes” e as sete virtudes sempre estiveram na base do bem viver e do conviver. Recentemente o francês Comte Sponville escreveu: “O pequeno tratado das grandes virtudes” que começa com a gentileza e termina com o amor. Na sua análise são dez as virtudes principais. 

Para logo o “moralismo” ?um valor moral “fingido”. Jesus nas suas invectivas contra os fariseus e saduceus, ele que viveu entre os discretos essênios, antes da destruição completa do templo de Jerusalém e da diáspora decretada por Roma, j?condenara uns e outros. 

Sua condenação deveu-se mais a campanha contra a sangueira diária dos sacrifícios no templo, a ponto de Jerusalém exalar o sangue dos animais, desde pombos at?bois, do que propriamente a uma suposta oposição a Roma.  Aliás est?consignada a frase, nos evangelhos reconhecidos e nos não relacionados como o de Madalena, a famosa frase que separa o divino do profano: "Dai A César o que ?de César e 
dai a Deus, nosso pai, o que ?de Deus." 

As posteriores quizílias entre cristãos e suas divisões profundas entre igrejas e credos, nada tem a ver com Jesus de Nazar? o Galileu do suave lago de genezar? onde nasce o rio Jordão! Da?porque sempre defendi que o “velho testamento” não nos diz respeito. São livros dedicados a Jav? Deus de um homem, Abrão (depois Abraão) que veio tocando rebanhos de cabras e ovelhas, desde Ur, na Caldeia portanto caldeu e não judeu, (que vem de Jud?. ?Deus e familial e depois tribal e totalmente contra outro povo que não seja da descendência de Abraão... 

Cristo, o homem que morreu na cruz de Roma, hoje sede da cristandade, representa outra tradição, que Paulo de Tarso deu foros de universalidade: o amor entre os homens: “amai-vos uns aos outros”. 
Aqui nada se diz contra os judeus de hoje, me refiro a uma época da história que se convenciona chamar, contra minha oposição incondicional, de civilização judaico-crist? Tampouco me refiro aqui aos romanos atuais. Fala-se da lição: “o amor não se alegra com a injustiça, mas com a verdade. Tudo sofre, em tudo cr? tudo espera tudo suporta”. (Paulo de Tarso). 

No cristianismo, segundo seu inspirador, não h?lugar para o ódio e o litígio e, sim, para a simplicidade e o perdão. A grande indagação ?saber porqu?de o mundo não se ter mudado depois de Jesus, de Buda, de Mohamed e suas teorias e assertivas sobre o “ser” dos homens! A transcendência ?uma ilusão? 
Eis agora o papel da f? Ela cr? não duvida nem tergiversa. ?que vida e morte fazem parte da eterna renovação universal. Vida eterna fascina, ensina e apazigua os espíritos... Essa lição ?do Cristo em nome do “Pai” (Deus). O certo ?que vamos morrer. A quem diga, e são espíritos elevados, que a f??um bálsamo para o que dizem ser a alma inefável, tanto que filósofo chegou a dizer que o único tema verdadeiramente importante da filosofia era a morte. Os romanos - ei-los de novo - disseram "mors omnia solvet" ou seja a morte tudo resolve!  

H?virtudes pérfidas e transgressões justificáveis. A coragem levou o poeta a versejar: “?indesejável das gentes quando vieres, não sei se dura ou coroada, eu te direi “seja bem-vinda", encontrarás o campo arado, a mesa posta, e cada coisa em seu lugar”!!!  A moralidade, a ética, direito existem para a vida dos homens em sociedade e são úteis para obstar a força bruta e a tirania: são a prova da nossa imperfeição original! 

Na sociologia das religiões não h?sociedade, em qualquer tempo ou lugar, que escape da lei moral e das sentenças dos juízes. Sem elas inexistiriam sociedades organizadas, segurança e justiça! Tenhamos isso sempre em vista para compreender a vida em sociedade e evitar as transgressões. 


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